Acerca de um mês teve início, oficialmente, o semestre letivo na UPE – Campus Petrolina, porém até a presente data muitos alunos ainda não tiveram aulas de várias disciplinas, há turmas que ainda não tem sequer um professor. Esta situação levou os estudantes a decretarem paralisação de 48 horas como início de uma série de mobilizações reivindicando a solução para o problema da falta de professores.
Há muitos anos a UPE sofre com a falta de professores para a composição de seu quadro efetivo, o que vem sendo suprido com a contratação de professores temporários, todo início de semestre falta professores de várias disciplinas em todos os cursos. Durante vários anos os concursos que foram abertos nunca contemplaram o preenchimento do número de vagas.
A situação é tão caótica que o curso de geografia, por exemplo, possui 56,25% de suas disciplinas sem professores. Desta vez a medida adotada pelo governo foi abrir um processo de seleção simplificada com validade de dois anos e com baixíssimo salário o que não tem atraído professores nem para o preenchimento das vagas abertas. Que professor com mestrado ou doutorado vai querer fazer um concurso que não lhe traga oportunidade de estabilidade, pesquisa ou extensão e ainda com baixo salário?
A UPE é a única Universidade pública estadual de Pernambuco, com mais de 16.000 alunos. Ao longo de sucessivos governos tem sido tratada com o maior dos descasos. Quando, agora, se comemora os 20 anos da UPE temos muitos motivos para reivindicar. Durante 18 anos esta universidade foi sustentada pelo pagamento de mensalidades e, mesmo, após 2009 quando se decretou a gratuidade, o governo do Estado não assumiu de fato a responsabilidade pela Universidade de Pernambuco. A verba destinada pelo governo para a manutenção da UPE é insuficiente e enquanto são criados novos cursos os investimentos são cada vez mais minguados.
Nós alunos da Universidade de Pernambuco – Campus Petrolina decidimos dar início a um movimento buscando uma solução de verdade para o problema da falta de professores e não as recorrentes ações paliativas de contratar professor substituto. Entendemos que este é o momento para que através de uma greve que unifique professores e estudantes possamos mobilizar todas as nossas forças para pressionar o governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, a assumir a responsabilidade pela manutenção da UPE e o compromisso com uma educação de qualidade e gratuita!
NÃO QUEREMOS VOLUNTÁRIOS,QUEREMOS CONCURSOS PARA PROFESSORES EFETIVOS, JÁ!